Postado por: NAÇÃO JURÍDICA
As investidas do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux
para impulsionar a filha Marianna à vaga de desembargadora no Tribunal
de Justiça do Rio de Janeiro resultou em uma reação da OAB.
Ela concorre a uma das vagas que cabem à Ordem. Pela Constituição, um
quinto das vagas dos tribunais deve ser preenchido por advogados,
indicados pela OAB, e por representantes do Ministério Público.
Fux tem ligado pessoalmente para responsáveis pela escolha para emplacar a filha, entre os 38 candidatos.
Diante disso, a OAB decidiu mudar o processo de escolha. A pré-seleção
feita em julho foi anulada. A partir de agora, todos os conselheiros, e
não mais um grupo de cinco, vão fazer a triagem. A votação também será
aberta.
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Ministro Luiz Fux mata no peito e centra para a filha
marcar gol, protagonizando o mais vergonhoso episódio da história
recente da Justiça brasileira.
FONTE: PRAGMATISMO POLÍTICO
O Ministro Luiz Fux protagonizou o mais vergonhoso episódio da
história recente da Justiça brasileira. Com seu “mato no peito” desnudou
o jogo de interesses e de lisonja que cerca as nomeações para tribunais
superiores.
Na nomeação, o que pesou foi a lisonja, a trapaça, os acordos com
aliados influentes, de políticos federais e estaduais a nacionais a
grandes escritórios de advocacia.
Sua nomeação – fundamentalmente política – alijou do cargo outro
candidato que poderia ter sido Ministro por mérito. Adiou a indicação de
Teori Zvaski e Luiz Roberto Barroso, impediu a nomeação de Lucia Valle
ou Cesar Asfora, de outros candidatos que construíram sua reputação
manifestando respeito permanente pelo poder judiciário e batalhando
apenas pelo reconhecimento de seus pares.
Fux passou a encarnar o fura-fila, a malandragem explícita dos
carreiristas. Passou a perna não apenas em Lula e Dirceu – ao prometer
“matar no peito” – mas a outros candidatos ao cargo que se mantiveram
dignos e distantes da politicagem rasteira.
Agora, a indicação de sua filha Mariana Fux para uma das vagas do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
será o coroamento definitivo da pior politicagem, a exposição completa
da pequenez dos conchavos de quem não respeita nem o país e muito menos o
Poder Judiciário. E exposição da própria incapacidade do Judiciário,
através de seus porta-vozes, de reagir contra a desmoralização do poder.
Uma moça de 32 anos, sem experiência jurídica, sem nenhuma obra
relevante, candidata-se a um cargo vitalício em um Tribunal superior
unicamente devido à capacidade de articulação política de seu pai. A
OAB-Rio de Janeiro a coloca no topo da lista dos candidatos ao quinto
constitucional.
Qual a contrapartida dessa manobra? A quem a OAB Rio serve, quando comete esse desatino?