21/01/14 - O QUE FOI 31 DE MARÇO DE 1964
Por Alexandre Paz Garcia
Fonte: A verdadesufocada
Gostaria de dizer algumas coisas sobre o
que aconteceu no dia 31/03/1964 e nos anos que se seguiram. Porque
concluo, diante do que ouço de pessoas em quem confio intelectualmente,
que há algo muito errado na forma como a história é contada. Nada tão
absurdo, considerando as balelas que ouvimos sobre o "descobrimento" do
Brasil ou a forma como as pessoas fazem vistas grossas para as mortes e
as torturas perpetradas pela Igreja Católica durante séculos. Mas, ainda
assim, simplesmente não entendo como é possível que esse assunto seja
tão parcial e levianamente abordado pelos que viveram aqueles tempos e, o
que é pior, pelos que não viveram.
Nenhuma pessoa dotada de mediano senso crítico vai negar que houve
excessos por parte do Governo Militar. Nesta seara, os fatos falam por
si e por mais que se tente vislumbrar certos aspectos sob um prisma
eufemístico, tortura e morte são realidades que emergem de maneira
inegável.
Ocorre que é preciso contextualizar as coisas. Porque analisar fatos
extirpados do substrato histórico-cultural em meio ao qual eles foram
forjados é um equívoco dialético (para os ignorantes) e uma
desonestidade intelectual (para os que conhecem os ditames do raciocínio
lógico). E o que se faz com relação aos Governos Militares do Brasil é
justamente ignorar o contexto histórico e analisar seus atos conforme o
contexto que melhor serve ao propósito de denegri-los.
Poucos lembram da Guerra Fria, por exemplo. De como o mundo era
polarizado e de quão real era a possibilidade de uma investida comunista
em território nacional. Basta lembrar de Jango e Jânio; da visita à
China; da condecoração de Guevara, este, um assassino cuja empatia
pessoal abafa sua natureza implacável diante dos inimigos.
Nada contra o Comunismo, diga-se de passagem, como filosofia. Mas
creio que seja desnecessário tecer maiores comentários sobre o grau de
autoritarismo e repressão vivido por aqueles que vivem sob este sistema.
Porque algumas pessoas adoram Cuba, idolatram Guevara e celebram
Chavez, até. Mas esquecem do rastro de sangue deixado por todos eles;
esquecem as mazelas que afligem a todos os que ousam insurgir-se contra
esse sistema tão "justo e igualitário". Tão belo e perfeito que milhares
de retirantes aventuram-se todos os anos em balsas em meio a
tempestades e tubarões na tentativa de conseguirem uma vida melhor.
A grande verdade é que o golpe ou revolução de 1964, chame como
queira, talvez tenha livrado seus pais, avós, tios e até você mesmo e
sua família de viver essa realidade. E digo talvez, porque jamais
saberemos se isso, de fato, iria acontecer. Porém, na dúvida, respeito a
todos os que não esperaram sentados para ver o Brasil virar uma Cuba.
Respeito, da mesma forma, quem pegou em armas para lutar contra o
Governo Militar. Tendo a ver nobreza nos que renunciam ao conforto
pessoal em nome de um ideal. Respeito, honestamente.
Mas não respeito a forma como esses "guerreiros" tratam o conflito. E
respeito menos ainda quem os trata como heróis e os militares como
vilões. É uma simplificação que as pessoas costumam fazer. Fruto da
forma dual como somos educados a raciocinar desde pequenos. Ainda assim,
equivocada e preconceituosa.
Numa guerra não há heróis. Menos ainda quando ela é travada entre
irmãos. E uma coisa que se aprende na caserna é respeitar o inimigo.
Respeitar o inimigo não é deixar, por vezes, de puxar o gatilho.
Respeitar o inimigo é separar o guerreiro do homem. É tratar com nobreza
e fidalguia os que tentam te matar, tão logo a luta esteja acabada. É
saber que as ações tomadas em um contexto de guerra não obedecem à ética
do dia-a-dia. Elas obedecem a uma lógica excepcional; do estado de
necessidade, da missão acima do indivíduo, do evitar o mal maior.
Os grandes chefes militares não permanecem inimigos a vida inteira.
Mesmo os que se enfrentam em sangrentas batalhas. E normalmente se
encontram após o conflito, trocando suas espadas como sinal de respeito.
São vários os exemplos nesse sentido ao longo da história. Aconteceu na
Guerra de Secessão, na Segunda Guerra Mundial, no Vietnã, para pegar
exemplos mais conhecidos. A verdade é que existe entre os grandes
Generais uma relação de admiração.
A esquerda brasileira, por outro lado, adora tratar os seus
guerrilheiros como heróis. Guerreiros que pegaram em armas contra a
opressão; que sequestraram, explodiram e mataram em nome do seu ideal.
E aí eu pergunto: os crimes deles são menos importantes que os
praticados pelos militares? O sangue dos soldados que tombaram é menos
vermelho do que o dos guerrilheiros? Ações equivocadas de um lado
desnaturam o caráter nebuloso das ações praticadas pelo outro? Penso que
não. E vou além.
A lei de Anistia é um perfeito exemplo da nobreza que me referi
anteriormente. Porque o lado vencedor (sim, quem fica 20 anos no poder e
sai porque quer, definitivamente é o lado vencedor) concedeu perdão
amplo e irrestrito a todos os que participaram da luta armada. De lado a
lado. Sem restrições. Como deve ser entre cavalheiros. E por pressão de
Figueiredo, ressalto, desde já. Porque havia correntes pressionando por
uma anistia mitigada.
Esse respeito, entretanto. Só existiu de um lado. Porque a esquerda,
amargurada pela derrota e pela pequenez moral de seus líderes nada mais
fez nos anos que se seguiram, do que pisar na memória de suas Forças
Armadas. E assim seguem fazendo. Jogando na lama a honra dos que
tombaram por este país nos campos de batalha. E contaminando a maneira
de pensar daqueles que cresceram ouvindo as tolices ditas pelos nossos
comunistas. Comunistas que amam Cuba e Fidel, mas que moram nas suas
coberturas e dirigem seus carrões. Bem diferente dos nossos militares,
diga-se de passagem.
Graças a eles, nossa juventude sente repulsa pela autoridade. Acha
bonito jogar pedras na Polícia e acha que qualquer ato de disciplina
encerra um viés repressivo e antilibertário. É uma total inversão de
valores. O que explica, de qualquer forma, a maneira como tratamos os
professores e os idosos no Brasil.
Então, neste 31 de março, celebrarei aqueles que se levantaram contra
o mal iminente. Celebrarei os que serviram à Pátria com honra e
abnegação. Celebrarei os que honraram suas estrelas e divisas e não
deixaram nosso país cair nas mãos da escória moral que, anos depois, o
povo brasileiro resolveu por bem colocar no Poder.
Bem feito. Cada povo tem os políticos que merece.
Se você não gosta das Forças Armadas porque elas torturaram e
mataram, então, seja, pelo menos, coerente. E passe a nutrir o mesmo
dissabor pela corja que explodiu sequestrou e justiçou, do outro lado.
Mas tenha certeza que, se um dia for necessário sacrificar a vida para
defender nosso território e nossas instituições, você só verá um desses
lados ter honradez para fazê-lo.
NOSSA OPINIÃO:
Não obstante o articulista ter sido porta voz do Presidente Figueiredo este fato não tira do mesmo o mérito do seu artigo. Quando da Revolução de 64, eu estava no auge dos meus 24 anos de idade e vi, participei, presenciei e testemunhei como toda a sociedade brasileira politizada dos anos 60, o posicionamento dos políticos, empresários e da imprensa escrita falada e televisada que deram irrestrito apoio a revolução. Naquela década o mundo estava dividido em dois pilares políticos capitaneados pela "guerra fria", onde americanos e russos disputavam palmo a palmo as nações para terem ali a hegemonia do seu regime, comunismo ou democracia. Tal situação levou o povo brasileiro a optar pela democracia a vista do comportamento político socialista do Governo de João Goulart. Após a renúncia do Presidente Jânio Quadros, os
militares tentaram vetar a chegada do
vice-presidente João Goulart a presidência. Os militares tinham fundadas desconfianças sobre o pensamento
política de Jango, assim, alguns membros das Forças Armadas alegavam que, com a posse do Jango colocava-se em risco a segurança nacional. Lado outro,
vários grupos políticos conservadores e declaradamente com bons olhos para o regime comunista, apoiavam o então vice-presidente demonstrando assim a clara e
ameaçadora hipótese de instalação do comunismo no Brasil.
Com a revolução não nos tornamos um pais comunista nos moldes de como vive o povo cubano, ou qualquer outro país socialista, cuja situação política dos mesmos sem exceção é caótica. Deveriam os militares dentro de pouco tempo devolver o poder aos civis, esta foi uma promessa do Castelo Branco não cumprida, quando então a desejada revolução, passou a mudar seu rumo, transformando a nação em um estado de opressão e ditadura, torturando e matando seus opositores ou levando-os a prisão sob o pretexto de que aqueles presos políticos queriam a volta do comunismo no Brasil. Tal fato denegriu o sonho de democracia por 20 anos e levou o
governo a agir fora da lei, com também agiram fora da lei aqueles que queriam tomar o poder via armas, assaltos a bancos, sequestros e a prática de justiça pelas próprias mãos e de toda ordem de ilegalidade. Estes guerrilheiros foram tão criminosos como o governo da ditadura. Assim, na comemoração dos 50 anos do 31 de março de 64, toda a mídia, e falsos defensores das democracia, condenaram veementemente as Forças Armadas pelos seus crimes e jogaram para "debaixo do tapete" as atrocidades dos guerrilheiros. Para todos os brasileiros hoje com 50 ou 60 anos ( a grande massa da população e de formadores de opinião) que não tiveram uma participação viva na revolução, aceitam como verdadeira a maciça informação de que somente um lado errou, isto com base no conhecido princípio de que: (toda mentira repetidamente dita, uma hora se torna verdade) e condenam o nosso Exército e vêm os guerrilheiros da época como heróis o que é um tremendo erro.
S.M.J é o nosso entendimento.
ROBERTO HORTA ADV. EM BHTE.
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