MP denuncia diretores da Google por não investigarem divulgação de pornografia infantil
Procuradoria considerou que grupo deixou de cumprir ordens judiciais para apurar a divulgação de pornografia infantil por usuários do Orkut
FONTE: JUS BRASIL
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SÃO
 PAULO - Dois diretores da jurídicos do Google Brasil foram denunciados à
 Justiça, em ação penal apresentada pelo Ministério Público Federal em 
São Paulo (MPF/SP), pela prática do crime de desobediência. A 
Procuradoria afirma que Fabiana Regina Siviero e André Zanatta Fernandes
 de Castro deixaram de cumprir ordens judiciais em várias ações 
destinadas à apuração de divulgação de pornografia infantil por usuários
 do Orkut, que pertence ao Google.
Segundo Termo de Ajustamento 
de Conduta (TAC) firmado em 2008 com o MPF, a empresa se comprometeu a 
comunicar os casos em que o material ilícito fosse divulgado e a 
preservar em seus servidores os conteúdos necessários à investigação do 
crime por um prazo de 180 dias, prorrogável por igual período. Mas, de 
acordo com o MPF/SP, ainda que o Google tenha notificado a Justiça sobre
 a veiculação de tais materiais, em muitas ocasiões os denunciados não 
respeitaram os prazos e não forneceram as informações requisitadas 
posteriormente, como dados dos usuários e imagens exibidas.
Fabiana
 também foi denunciada por omissão. De acordo com a denúncia, a diretora
 é responsável pela maior parte dos atos de desobediência de ordens 
judiciais e do TAC. "A denunciada adotou conduta de deliberadamente 
excluir os dados imprescindíveis à investigação criminal, tão logo feita
 a comunicação da existência de divulgação de pornografia infantil pelo 
serviço Orkut, tornando assim inócua qualquer decisão judicial", 
escreveram as procuradoras da República Adriana Scordamaglia e Melissa 
Garcia Blagitz de Abreu e Silva, autoras da ação. Elas entenderam que, 
ao dificultar a apuração, Fabiana auxiliou na prática do crime, pois os 
usuários continuariam veiculando conteúdo pornográfico "acobertados pela
 atitude da denunciada de não encaminhar os dados que permitissem suas 
localizações".
Também denunciado, André Zanatta de Castro teria, 
segundo o MPF/SP, desrespeitado, por duas vezes, ordens judiciais para 
envio de dados. Os ofícios se referiam a informações sobre um mesmo 
perfil do Orkut. Um ano após a expedição do primeiro ofício, o diretor 
ainda não havia oferecido qualquer resposta.
Em nota, o Google 
Brasil informou que ainda não foi formalmente intimado, razão pela qual 
não pode se pronunciar sobre este caso específico. 
A empresa também 
ressaltou que sempre colabora com as autoridades brasileiras em 
investigações contra a pornografia infantil e cumpre à risca todas as 
ordens judiciais que estão ao seu alcance, inclusive dentro do Termo de 
Ajustamento de Conduta assinado com o Ministério Público em 2008.
 
 
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