Posted: 25 Sep 2013 09:48 AM PDT
Levantamento
inédito feito pela ONG Transparência Brasil aponta que 190 dos 594
deputados e senadores em exercício já foram condenados pela Justiça ou
tribunais de conta. São 36 parlamentares do PMDB (35% da bancada), 28 do
PT (28%), 22 do PSDB (37%), 16 do PR (37%), 14 do PP (32%), 14 do DEM
(44%), 12 do PSB (41%), 10 do PDT (32%), 9 do PTB (36%) e 29 das demais
siglas.
Sentenças
dos tribunais de contas por irregularidades em convênios, contratos e
licitações são as mais recorrentes, atingindo 66 parlamentares (11% do
Congresso). Em segundo lugar aparecem as condenações da Justiça
Eleitoral por irregularidades em contas de campanha, com 57 deputados e
senadores encrencados (9,6% do Congresso). Em terceiro estão os atos de
improbidade administrativa (como enriquecimento ilícito e dano ao
erário), que levaram à condenação de 41 congressistas (7,1% do
Congresso), de acordo com dados extraídos do projeto Excelências (http://www.excelencias.org. br/), recém relançado pela ONG.
Prisões
Para catorze parlamentares em exercício foram emitidas sentenças de
prisão. É o caso, no Senado, de Ivo Cassol (PP-RO). Por unanimidade, ele
foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a quatro anos, oito
meses e 26 dias de prisão, em regime semiaberto, por fraude em
licitações. O caso foi julgado em agosto de 2013 mas ainda não teve
decretado o trânsito em julgado, a partir do que se dá o cumprimento da
pena.
Na Câmara, são treze os
deputados federais que receberam penas de reclusão, em alguns casos
convertida em prestação de serviços e pagamento de multas, conforme o
mapeamento da ONG. Anthony Garotinho (PR-RJ), condenado em 2010 a dois
anos e meio por formação de quadrilha, teve a pena de prisão substituída
por prestação de serviços e suspensão de direitos políticos, recorreu e
aguarda tramitação do caso no STF; o deputado Asdrúbal Bentes
(PMDB-PA), por prática irregular de cirurgias de esterilização em troca
de votos, foi sentenciado em 2011 a três anos em regime aberto e também
recorreu (por meio do famigerado embargo infringente); Carlos Roberto
(PSDB-SP) foi punido com três anos de prisão e multa, por apropriação
indébita e crimes contra o patrimônio, mas, passando de suplente a
titular, a decisão foi anulada em 2013, e o caso, remetido ao STF; Celso
Jacob (PMDB-RJ), por falsificar documento público e infringir a Lei de
Licitações, foi condenado em primeira instância e também recorreu; João
Arruda (PMDB-PR), sentenciado por homicídio culposo em acidente de
trânsito, teve a pena convertida em indenização e serviço comunitário;
Abelardo Camarinha (PSB-SP), por crime de responsabilidade, foi
condenado em 2012 a quatro meses de detenção, pena que foi convertida em
multa e prescreveu; Dr. Luiz Fernando (PSD-AM) teve a pena de três anos
de prisão por estelionato convertida em prestação de serviços e aguarda
recurso; Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) foi sentenciado em 2010 pela
Justiça Federal a três anos e quatro meses de prisão por violação de
sigilo funcional e fraude processual, pena substituída por prestação de
serviços comunitários e restrições de direitos, e também entrou com
recurso; Marco Tebaldi (PSDB-SC) foi condenado em primeira instância a
pagamento de multa e prisão, teve a pena substituída por prestação de
serviços, recorreu e aguarda a tramitação do caso no STF.
Mensalão
Há ainda o caso dos quatro deputados condenados em 2012 no processo do
mensalão: João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro
Henry (PP-MT) e José Genoino (PT-SP). Os quatro foram condenados,
respectivamente, a nove anos e quatro meses, sete anos e onze meses,
sete anos e dois meses e seis anos e onze meses de prisão, mas todos
aguardam em liberdade o desfecho do processo, adiado indefinidamente
desde a admissão dos embargos infringentes. Ao contrário de Cassol, para
os mensaleiros foi decidida, além da reclusão, a perda de mandato.
Outros oito parlamentares atualmente em exercício também já tiveram sua
cassação determinada pela Justiça para algum cargo anteriormente ocupado
(prefeito, deputado estadual ou vereador).
Negativo
"Essas
condenações confirmam uma avaliação muito negativa da composição do
Congresso. É mais um elemento de decepção" , diz o diretor executivo da
Transparência Brasil, Claudio Weber Abramo. "Mas não surpreendem: mais
da metade dos parlamentares tem algum problema na Justiça ou nos
tribunais de contas." Conforme o Excelências, citações nas cortes do
país alcançam 54,2% dos deputados e 54,3% dos senadores.
Fonte Nação Jurídica
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