De: UCHO HADDAD
– PARA: DILMA ROUSSEFF –
Assunto: O “SEU”
AMIGO HUGO CHÁVEZ
(*) Ucho Haddad –
Dilma, sem pedir licença pela informalidade,
você está me fazendo perder a paciência. Primeiro porque em outro
colóquio redacional, mesmo que de uma só via, pedi para que não me
transformasse em um escravo da escrita, sendo obrigado a redigir
diariamente um recado a você. Escravidão é crime e você deve saber disso.
Se não souber, pergunte à companheira Maria do Rosário.
Dilma, você está equivocada ou alguém lhe disse
algo errado. Você foi eleita presidente do Brasil, não dona do Brasil. O
máximo que você pode fazer é governar, o que faz muito mal, mas jamais
falar em nome do povo brasileiro. Ou será que o despotismo tomou conta do
seu ser? Se for isso, me avise, pois assim passo a usar outro tipo de
tinta.
Estava animado por causa do surpreendente mea
culpa que fez na Paraíba, afirmando que o PT “faz o diabo na hora da
eleição”, mas você não precisou de 24 horas para colocar tudo a perder. O
ditador Hugo Chávez, seu companheiro de ideologias obtusas, estava morto há
algumas semanas, mas somente ontem, terça-feira (5), o governo venezuelano
resolveu anunciar o fato, porque segurar a enxurrada de mentiras tornou-se
impossível.
Como carpideira profissional, você, diante de
câmeras e microfones, incensou o finado caudilho e disse que ele foi amigo
do Brasil e dos brasileiros. Olha, Dilma, o Chávez pode ter sido seu amigo,
ter liderado um governo golpista e tirano que fez negócios com o Brasil
desde a era FHC, mas em nenhum momento esse senhor foi amigo dos
brasileiros. Você pode falar em nome do Brasil como Estado, mas não em nome
dos brasileiros. Fale em seu nome, não no meu, no de milhões de brasileiros
que torciam para aquele comunista de circo ficar calado.
Não estou aqui a comemorar a morte de Chávez,
pois já lhe expliquei que torço pela saúde dos meus adversários. Até por
você eu já torci. E continuo torcendo para que você tenha vida longa, pois
assim terei diariamente uma oportunidade de provar a mim mesmo que meu
raciocínio é lógico. Não me comparo aos gênios (sic) que fazem do PT um
reduto de parentes de Aladim, mas penso e escrevo com a clareza que
incomoda seus assessores.
Dilma, sei muito bem como funcionam, no mundo
do comunismo boquirroto, essas adulações de encomenda. Um fala bem do
outro, que aplaude o seguinte, que reverencia o companheiro, que coloca o
ditador amigo nas alturas, que endeusa o caudilho que reina no quintal
vizinho e assim vai. É como aquela música do Chico Buarque, “Geni e o
Zepelim”. Todos os tiranos são Genis e pedras não faltam nas mãos de cada
um para essa troca combinada de gentilezas. Prefiro não comentar aquela
parte da música que diz “joga bosta na Geni”, até porque estrume serve como
adubo.
Dilma, nem mesmo com um colossal esforço do
raciocínio é possível admitir que Chávez foi amigo dos brasileiros. Ele
foi, sim, amigo dos próprios interesses e patrocinador de transgressões e
crimes de toda ordem. E se com essa conduta criminosa Chávez desfilou pelo
Brasil e desafiou os brasileiros, é porque você e seus companheiros de
petismo são muito frouxos ou, então, foram coniventes. Eu prefiro acreditar
que foram coniventes, pois frouxidão na hora da bandalheira os companheiros
jamais ostentam.

Dilma, o seu amigo Hugo Chávez dava apoio
logístico-financeiro aos guerrilheiros das Farc, que continuam enviando ao
Brasil drogas e armas à vontade. Foi com o apoio financeiro de Chávez que
membros das Farc se instalaram nos morros do Rio de Janeiro para comandar o
tráfico de drogas. E você teve a coragem de dizer que esse senhor, que por
certo agora acerta as contas com o guarda-livros de lúcifer, foi amigo dos
brasileiros? Não, Dilma, isso parece um filme de terror. Você deve estar
muito estressada por causa dos compromissos e da pressão inerente ao cargo.
Dilma, o seu amigo Chávez financiou a Via
Campesina, que no sul do Brasil, mais precisamente no Rio Grande do Sul,
seu reduto político, aprontou as maiores arruaças em propriedades alheias.
Vocês comunistas acham isso engraçado, pois o direito à propriedade só
entra em cena quando o prejudicado é algum integrante desse grupo de
bandoleiros que se vendem como paladinos da moralidade. Dilma, beirou a
sandice você afirmar que Hugo Chávez, o primeiro defunto-presidente na
história da América do Sul, foi amigo dos brasileiros.
Dilma, o seu amigo Chávez foi quem incentivou o
índio-cocalero Evo Morales a desapropriar a planta da Petrobras na Bolívia.
E nós brasileiros, que você garante que tinham a amizade de Chávez, pagamos
a conta. Chávez também assumiu o compromisso de fazer da Venezuela sócia do
Brasil na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, mas até agora não se tem
notícia de que um centavo venezuelano tenha sido investido no negócio, que
começou com orçamento de US$ 3 bilhões, mas já passou de R$ 20 bilhões e
deve consumir pelo menos, fazendo conta rasa, outros US$ 10 bilhões. Quer
dizer que Chávez foi amigo dos brasileiros, Dilma? Você está precisando de
férias. Olha, Dilma, ainda tem vaga na excursão do seu amigo Chávez.
Dilma, pela Venezuela do seu eterno amigo
Chávez escoa o nióbio contrabandeado do Brasil. Não vá me dizer que
desconhece o assunto, porque esse discurso ensaboado tem a digital do
companheiro Lula. Então, se é que entendi direito, quem fecha os olhos para
a ilegalidade e enche os bolsos com o contrabando do nióbio é amigo dos
brasileiros. Dilma, você, além de perder o juízo, cometeu a ousadia de
dizer que a perda de Hugo Chávez é irreparável. Se lhe falta um dicionário
da língua portuguesa no gabinete presidencial, pois para Lula não tinha
qualquer serventia, enviarei de presente um exemplar no dia do seu
aniversário, 14 de dezembro. Eu tenho um motivo sacro e especial para me
lembrar dessa data. E o motivo por questões óbvias não é você, porque na
minha tômbola a sua pedra ainda não foi cantada.
Dilma, irreparável é aquilo que não tem reparo.
Você poderá me dizer, elementar meu caro Ucho! Como no PT abundam os
gênios, os primos de Aladim, nunca é demais explicar o significado de
determinados vernáculos. Só um louco de hospício, que com qualquer batida
de palma sai dançando, seria capaz de fazer tal declaração. Dilma, se o
reparável um dia sonhou em ser “fulanizado”, a realidade se consumou de
forma magistral e irreversível em Hugo Chávez.
Dilma, o seu amigo Chávez era a personificação
do pecado. Arrisco a afirmar que era um ser bisonho, covarde e errante,
cujo nome certamente consta das árvores genealógicas de Josef Stálin e
Tomás de Torquemada, tendo como padrinho de crisma política o sanguinário
Fidel Castro. Como os respectivos currículos desses três querubins falam
por si, qualquer comentário adicional seria exagero de minha parte. Assim
como Hitler sonhou em dominar o planeta, Chávez, o seu amigo, Dilma,
intentava conquistar a América Latina. Em vez de acionar a câmara de gás,
açoitava os adversários esparramando dinheiro imundo aos pés dos mandatários
dessas republiquetas de bananas que estão na nossa vizinhança e se igualam
ao Brasil.
Dilma, você consulta diariamente um preposto do
demônio, cumprindo de forma obediente suas ordens, e se rasga em elogios
quando um enviado de satanás tem a morte oficialmente anunciada. O Brasil
inteiro sabe que você não se dá bem com o Criador, mas, como homem de fé
que sou, garanto que Deus sabe muito bem o que faz, além de Ele ter
precisão de relojoeiro suíço na escolha da hora.
Chávez estava com o prazo de validade vencido,
fazia hora extra até como defunto. Mesmo morto ele insistia em levar o jogo
para a prorrogação. Estava imóvel, como qualquer ser sem vida, mas queria
cobrar os pênaltis.
Dilma, Chávez, seu amigo e irmão-camarada, há
muito está em outra freguesia, jogando como lateral esquerdo na várzea do
além. Continue assim, como chefe da torcida organizada de alguém que se
tornou herói porque entre os venezuelanos socializou a miséria. Isso é o
auge do talento de alguém que foi incompetente até para ser ditador.
Não se avexe, Dilma, sem constrangimento algum
debulhe-se em lágrimas vermelhas, pois assim reza a cartilha desse
socialismo criminoso e obsoleto que vocês, salvadores do universo, pregam.
Ucho Haddad
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