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terça-feira, 10 de junho de 2014

Pela primeira vez, casal de homens consegue licença maternidade

Pela primeira vez, casal de homens consegue licença maternidade

Direito não foi conseguido por batalha jurídica, mas por medida administrativa.

 

  Fonte | Revista Fórum

O enfermeiro pernambucano Mailton Alves Albuquerque, de 37 anos, obteve a primeira licença maternidade oferecida a um gay no Brasil. Ele ficará em casa durante 6 meses para cuidar de Teo, seu filho biológico, nascido na última quinta-feira (5).

Há 17 anos, Mailton é companheiro de Wilson Alvez Albuquerque, de 42 anos. Eles já são pais de Maria Tereza, de 2 anos, filha biológica de Wilson. Quando a menina nasceu, viraram notícia por outro “pioneirismo”: foram o primeiro casal homoafetivo a conseguir a dupla paternidade reconhecida legalmente. Assim como Maria Tereza, Teo terá dois pais em seu registro de nascimento.

A nova conquista veio mais fácil do que Mailton imaginava. Ele, que é servidor público da Prefeitura de Recife, pensava que precisaria enfrentar uma longa batalha judicial para atingir seu objetivo. No entanto, não houve essa necessidade: a licença veio por vias administrativas. No parecer da procuradoria jurídica que a cedeu, consta que “não seria justificável” o casal “receber tratamento distinto do concedido a casais heterossexuais”, já que “com a evolução da sociedade brasileira, não há mais restrições de direitos em razão de sexo ou orientação sexual”.

“Quando Maria Tereza nasceu, eu era autônomo. Então, consegui flexibilizar os horários. Eu e Wilson nos alternávamos nos cuidados com a criança. Mas depois fiz concurso e virei funcionário público. Sou enfermeiro do Samu, onde dou plantões de até 12 horas. Não teria como me dedicar ao recém-nascido” relatou Mailton.

O caçula Teo nasceu da “barriga solidária” de uma amiga do casal. Já a irmã mais velha, Maria Tereza, foi gerada em laboratório, a partir do congelamento de embriões. Mailton e Wilson contaram com a ajuda de uma prima, que permanece anônima até hoje. Em ambos os casos, os procedimentos ocorreram com o aval do Conselho Federal de Medicina.

“A gente se preparou para o segundo filho com a mesma dedicação de Maria Tereza. Até nos mudamos para um apartamento maior. Sempre acreditamos que o amor é a base de tudo”, conta Mailton. “O que a gente realmente deseja não é nem que a sociedade aceite, porque a divergência é salutar. O que queremos é que apenas respeite situações como a nossa”, desabafa.
FONTE: JORNAL JURID

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