CUSTOS EXORBITANTES DO PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO
Pesquisa revela taxas e prazos de desarquivamento de processos nas capitais brasileiras
A portaria 113/11 e a recomendação 37/11,
ambas do CNJ, regulam a gestão de documentos no Poder Judiciário,
entretanto, não dispõem especificamente sobre o desarquivamento de
processos. Assim, recuperar processos antigos é tarefa completamente
distinta em cada localidade, seja quanto ao seu custo, seja quanto ao
tempo para o desarquivamento.
Em nove capitais estaduais não é
cobrada taxa para se desarquivar um processo judicial. As que fazem a
cobrança possuem grande diferença entre os valores e a forma de
cobrança. Enquanto em SC a taxa é de R$ 2,45 para o desarquivamento de
um processo, no CE é cobrado R$ 3,81 por ano de arquivamento e no MT o
valor pode chegar a R$ 76,50.
Migalhas realizou uma pesquisa
sobre a atual situação do setor nos fóruns das capitais brasileiras.
Veja abaixo os valores das taxas e prazos de acordo com informações dos
TJs.
Desarquivamento de processos
| |
Estados
(capitais)
|
Taxa
Valor (R$)
|
AL
|
Sem taxa
|
AM
|
Sem taxa
|
DF
|
Sem taxa
|
ES
|
Sem taxa
|
MS
|
Sem taxa
|
PB
|
Sem taxa
|
PE
|
Sem taxa
|
SE
|
Sem taxa
|
TO
|
Sem taxa
|
SC
|
R$ 2,45
|
CE
|
R$ 3,81 por ano de arquivamento
|
RR
|
R$ 5
|
PR
|
R$ 9,40
|
MG
|
R$ 10,01
|
AC
|
R$ 13 (até cinco anos de arquivamento)
R$ 26 (mais de cinco anos de arquivamento)
|
RS
|
R$ 14,60
|
AP
|
R$ 15 (até cinco anos de arquivamento)
R$ 20 (mais de cinco anos de arquivamento)
|
GO
|
R$ 15,19
|
SP
|
R$ 22
|
MA
|
R$ 23,80
|
PA
|
R$ 29,10 (até dez anos de arquivamento)
R$ 42,20 (mais de dez anos de arquivamento)
|
RO
|
R$ 29,21 (até cinco anos de arquivamento)
R$ 40,09 (mais de cinco anos de arquivamento)
|
RN
|
R$ 30
|
BA
|
R$ 31,30
|
MT
|
R$ 33,10 (para o 1º ano de arquivamento)
Ob: Passado o 1º ano é cobrado mais R$ 4,60 por ano de
arquivamento, sendo que o valor máximo é de R$ 76,50.
|
RJ
|
R$ 65,54
|
PI
|
-
|
Fonte: Migalhas
|
Outra disparidade está no
tempo que se leva para efetuar o desarquivamento. Em apenas quatro
Estados o desarquivamento se dá imediatamente e nos demais o tempo varia
entre um e 20 dias.
|
Desarquivamento de processos
|
Estado
(capitais)
|
Tempo médio
(dias úteis)
|
AL
|
Imediatamente
|
DF
|
Imediatamente
|
PE
|
Imediatamente
|
SE
|
Imediatamente
|
SP
|
1 (pedidos urgentes)
5 (outros casos)
20 (arquivados antes de 1990)
|
BA
|
Até 2
|
GO
|
Até 2
|
MS
|
Até 2
|
PR
|
Até 2
|
RJ
|
Até 2
|
SC
|
Até 2
|
TO
|
Até 2
|
RR
|
Até 2
|
AP
|
Até 3
|
CE
|
Até 3
|
RN
|
Até 3
|
RO
|
Até 3
|
MG
|
Até 3 (urgentes)
De 5 a 10 (outros casos)
|
AM
|
Até 5
|
MA
|
Até 5
|
PA
|
Até 5
|
PB
|
Até 5
|
ES
|
Até 7
|
RS
|
Até 7
|
AC
|
Até 10
|
MT
|
Tempo indeterminado por motivo de incêndio
|
PI
|
-
|
Fonte: Migalhas
|
Normas
A portaria
113/11, do CNJ, dispõe sobre o Manual de Gestão Documental do Poder
Judiciário. A norma determina diversos procedimentos com o objetivo de
racionalizar o ciclo documental, de modo a garantir a tramitação e a
guarda seguras, a localização do arquivo e a preservação de documentos
considerados permanentes. A recomendação 37/11, também do Conselho,
orienta os tribunais sobre a adoção de métodos para a preservação dos
documentos históricos.
Congresso
Com o objetivo de discutir ideias e
propor novas práticas para auxiliar a gestão e a difusão dos documentos
que compõem os mais variados arquivos da Justiça brasileira, aconteceu
entre os dias 27 e 29 de novembro, no STJ, o "3º Congresso Brasileiro de
Arquivos do Poder Judiciário". O evento contou com a participação de
mais de 400 congressistas entre magistrados, servidores do Judiciário,
do Senado e acadêmicos. O acesso à informação e a memória institucional
como garantias do exercício da cidadania também foram temas amplamente
discutidos.
A 1ª edição do evento foi
realizada em 2001, sob a responsabilidade do STF. A preocupação na época
era a melhoria dos procedimentos de guarda e conservação dos documentos
ante a inexistência de instrumentos básicos de gestão de documentos
arquivísticos como plano de classificação e tabela de temporalidade.
A 2ª edição
foi realizada pelo TSE, em 2012. O foco das discussões foi a
qualificação e a integração dos gestores da informação frente ao
surgimento de novas tecnologias, que impactam diretamente nos
procedimentos de gestão e preservação dos documentos, bem como a
construção e difusão da memória institucional.
De
acordo com o STJ, desde a realização do 1º congresso, evidenciam-se
muitas conquistas que beneficiam os arquivos do Judiciário: como a
criação de cargos de arquivista, implantação de planos de classificação e
tabelas de temporalidade, criação e estruturação física de unidades de
guarda e conservação de documentos, implantação de sistemas modernos de
gestão de documentos arquivísticos, normatizações e outras.
FONTE: MIGALHAS 3263
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