"Só por ser negro, confundiram-me com ladrão", diz policial do ES
Publicado originalmente G1 Espírito Santo
“Só
porque sou negro e ando às vezes de chinelo, confundiram-me com
ladrão”, foi o que disse, chorando, o cabo da Polícia Militar e
estudante de direito, Edson Rosa. Após comprar duas garrafas de vinho em
um hipermercado na avenida Nossa Senhora da Penha, em Vitória,
na noite desta terça-feira (18), os seguranças do estabelecimento
ordenaram que o militar tirasse a roupa para ser revistado. Com o
comprovante de pagamento dos produtos em mãos, Edson Rosa chamou a
polícia e os envolvidos foram para o Departamento de Polícia Judiciária
de capital do Espírito Santo. O Hipermercado OK não quis falar sobre o assunto.
Edson
é cabo da Polícia Militar, há 21 anos, além de ser estudante de
direito. Na folga do trabalho, de chinelo, bermuda e camiseta ele entrou
no hipermercado para comprar duas garrafas de vinho para passar a noite
na casa da namorada, mas acabou no DPJ de Vitória.
"Mandou eu tirar a roupa e me fez despir dentro do banheiro, uma coisa muito constrangedora" - Cabo da PM, Edson Rosa.
As
garrafas estavam dentro da sacola do supermercado, com nota fiscal do
produto pago no valor de R$ 75, mas segundo o militar, a suspeita dos
seguranças era de que ele teria furtado a mercadoria do estabelecimento.
De
acordo com o cabo, depois de pagar pelas garrafas de vinho, ele foi ao
banheiro. Os seguranças foram atrás, o abordaram e pediram que ele
tirasse a roupa durante uma revista. “Perguntaram-me: o senhor pagou
esse vinho? Eu disse que sim e que tinha a nota. Mandou eu tirar a roupa
e me fez despir dentro do banheiro, uma coisa muito constrangedora. É
uma situação difícil, eu queria morrer a passar por isso. Sempre
trabalhei e estudei. É como se eu tivesse tomado uma punhalada nas
costas”, detalhou Edson.
Ele
acredita que passou por essa situação por ser negro e pela forma como
estava vestido. “É o preconceito racial e social que cresce num país
democrático de direito que a gente sofre diuturnamente”, desabafou o
cabo.
A Associação de Cabos e Soldados informou que vai entrar na Justiça com pedido de punição para o supermercado e seguranças. “As pessoas têm que parar de julgar os outros pela aparência, têm que aprender um pouco mais a respeitar o ser humano, independente da cor da pelé ou roupa que ele está usando. Se alguém chega lá de terno e gravata, é tratado de uma forma, se chega com camiseta e uma sandalinha, é tratado de outra. Acho que é o momento de refletir sobre isso, respeitar as pessoas independente da sua aparência, condição social ou cor da pelé”, disse o presidente da associação Flávio Gava.
Fonte: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2014/02/so-por-ser-negro-me-confundiram-com-ladrao-diz-policial-do-es.html
A Associação de Cabos e Soldados informou que vai entrar na Justiça com pedido de punição para o supermercado e seguranças. “As pessoas têm que parar de julgar os outros pela aparência, têm que aprender um pouco mais a respeitar o ser humano, independente da cor da pelé ou roupa que ele está usando. Se alguém chega lá de terno e gravata, é tratado de uma forma, se chega com camiseta e uma sandalinha, é tratado de outra. Acho que é o momento de refletir sobre isso, respeitar as pessoas independente da sua aparência, condição social ou cor da pelé”, disse o presidente da associação Flávio Gava.
Fonte: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2014/02/so-por-ser-negro-me-confundiram-com-ladrao-diz-policial-do-es.html
para publicação de textos no JusBrasil?
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