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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Enfim, o transporte público não será (e nunca será) grátis

Enfim, o transporte público não será (e nunca será) grátis.


Publicado por Liberdade Juridica


Por Anthony Ling
A cidade de Hasselt, na Bélgica, era um dos modelos de cidades com tarifa zero de ônibus mais mencionados pelos integrantes do Movimento Passe Livre. No entanto, em abril deste ano, após 16 anos sem cobrar tarifas de ônibus, a cidade estabeleceu uma tarifa fixa de 0,60 euros (cerca de R$1,50). O motivo declarado foi uma simples necessidade econômica: com o aumento de usuários, o custo de manutenção do sistema, passou de 967,000 euros em 1997 para 3.5 milhões de euros em 2007, insustentável para os subsídios que estavam recebendo do governo federal.
Muitos consideram o modelo da cidade um sucesso pois teve um aumento de dez vezes no número de usuários de ônibus. No entanto, vários outros projetos foram feitos além da isenção da tarifa. A rede aumentou de 2 para 9 linhas, além de ter um grande aumento na frequência dos ônibus. Corredores de ônibus foram criados para terem vantagem sobre os carros. Todos os ônibus foram adaptados para idosos. O anel viário que limita a região central foi reduzido, criando uma ampla ciclovia e faixa de pedestres. 800 vagas públicas de estacionamento na cidade foram eliminadas e as demais começaram a ser pagas. Assim, sendo o projeto a realização de um grande plano de mobilidade, é difícil controlar as variáveis para saber qual foi o impacto isolado da tarifa zero no aumento de passageiros.
Logo antes de Hasselt declarar o projeto insustentável, Tallinn, capital da Estônia, introduziu a tarifa zero. Com apenas meio ano de uso, muitos já cantam a vitória, declarando-o um sucesso absoluto. Alguns, ainda, como o Juan Lourenço, em postagem para o blog Papo de Homem, defendem equivocadamente a proposta, dizendo que a medida reduzirá 12 milhões de euros no orçamento público, enquanto este valor na verdade representa o valor necessário para o governo subsidiá-lo. A estratégia fiscal da cidade para a implementação é praticamente uma "verba de marketing": a cidade pretende usar o imposto de renda dos novos moradores, que seriam atraídos para a cidade pelo aumento da mobilidade, para subsidiar o sistema. No entanto, novos moradores também precisam dos outros serviços públicos, que muito possivelmente criarão problemas orçamentários no futuro. A verdade é que ainda é muito cedo para dizer o quanto o projeto de Talinn é viável, mas uma coisa é certa: os recursos virão de impostos.
Não existe almoço grátis. Os recursos sempre vão ter que sair de algum lugar, e a dificuldade de uma economia planejada é justamente saber identificar demandas e alocar estes recursos de forma eficiente. Afinal, não podemos esquecer das outras áreas de atuação do governo: educação, saúde, segurança, infraestrutura, etc. Muitos alegam que se o governo simplesmente fosse mais eficiente na sua gestão, diminuindo corrupção e regalias auto-concedidas, o dinheiro dos impostos poderia subsidiar programas como este com sobra. Mas a lógica de eficiência na gestão é uma do setor privado, na sua busca para terminar a gestão com lucro. O setor público, caso faça uma gestão menos eficiente, tem a carta coringa de aumentar impostos, simplesmente alegando que faltam recursos para investir em uma determinada área. E caso os impostos fiquem altos demais, com serviços públicos sendo distribuídos "de graça", o cidadão terá incentivos para trabalhar menos ou até emigrar do país, gerando menos impostos e a consequente quebra do ciclo.
Existe também a alegação de que projetos governamentais como este mitigam externalidades, economizando recursos perdidos no trânsito, tendo benefícios com o projeto ao longo do tempo. No entanto, é uma justificativa arriscada já que o projeto sempre estará à mercê do inesperado, com chances de falhar. Será que o ganho chegará mesmo aos R$4,5 bilhões arrecadados atualmente com os bilhetes? Em São Paulo, especialistas estimam que os custos gerados pelo congestionamento giram em torno de R$7 a 8 bilhões (outros ainda estimam o valor de R$40 bilhões), e sabemos que a tarifa zero não vai resolver o congestionamento sozinha. Também já aprendemos que em Hasselt os benefícios mencionados não foram unicamente devido à tarifa zero. E que consequências sofrem os responsáveis caso elas não forem atingidas? Praticamente nenhuma.
Lembremos que as mesmas justificativas de eficiência do planejamento centralizado foram usadas na fracassada Brasília, que dizia ter atingido o urbanismo ideal. E embora o sistema de concessões não funcione bem, por problemas de incentivos parecidos, há alternativa à ambos modelos, como o sistema de transporte descentralizado e privado de Lima. Na capital peruana 80% da população anda de transporte coletivo, com amplo acesso às periferias e com tarifas equivalentes à R$0,75. Lá, a concorrência entre os atores gera tais incentivos para tal eficiência. Impostos diretos para este sistema nem mesmo são necessários, já que o governo cria apenas a plataforma legal e física (as ruas e calçadas) para que ele funcione. E ao exercer o poder do consumidor de apenas escolher o melhor serviço, ou a atitude empreendedora de criar alternativas às existentes, manifestações públicas se tornam desnecessárias.
Ontem à tarde, em São Paulo [N. E.: o texto foi publicado originalmente em 20.6.13], o Prefeito Fernando Haddad e o Governador Geraldo Alckmin anunciaram a redução das tarifas de R$3,20 para o valor anterior, de R$3,00. Alguns manifestantes do Movimento Passe Livre entraram em prantos de felicidade com a notícia. A grande manifestação de hoje será substituída por uma grande festa, embora o modelo de concessões, criticado pelo grupo, permanece. O plano financeiro do estado para viabilizar a manobra será de zerar as alíquotas do ICMS e do ISS das empresas de transporte, que continuarão recebendo subsídios e repassarão estes incentivos às tarifas. No entanto, esta diminuição na arrecadação impactará outras pontas do orçamento público, e nada indica que este impacto será no sentido de diminuir a corrupção e tornar o governo mais eficiente. O projeto está agora nas mãos do senador Lindbergh Farias, o mesmo que teve sigilo bancário quebrado por transações suspeitas que chegam a R$ 300 milhões, da época em que era Prefeito de Nova Iguaçu. E todos estão comemorando.
Fontes:
Advantages and disadvantages of free public transport services, Torsten Belter, Maike von Harten, Sandra Sorof (TU Dresden)
Subsidies in Public Transport, Cees van Goeverden, Piet Rietveld, Jorine Koelemeijer, Paul Peeters
Hasselt cancels free public transport after 16 years (Belgium) - Eltis
Soluções para o trânsito: transporte público gratuito, a loucura que já existe - Papo de Homem
Is free public transport sustainable? New Covenant of Mayors video in Tallinn

Publicado originalmente no rendering freedom
Liberdade Juridica
Perfil destinado à divulgação de artigos relacionados ao direito e à liberdade individual, em suas mais diversas manifestações. Republicamos artigos de sites especializados no assunto e aceitamos contribuições individuais.
FONTE: JUSBRASIL

Comentários:

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Victor Pegoraro
16 votos
Desregulamentar o setor e permitir a entrada de novas empresas concorrentes nas linhas intermunicipais / municipais afim de promover a concorrência, acabar com os conchavos e melhorar a qualidade dos serviços é um dos debates mais importantes da atualidade, sem duvida.

Liberdade Juridica
11 votos
Com certeza, Victor. Vale lembrar que, com a recente Lei nº 12.996/2014, o monopólio foi quebrado para o transporte coletivo interestadual de passageiros, que agora só depende de autorização administrativa. Esperemos que os municípios brasileiros tomem medidas similares quanto ao transporte urbano...

Joel Carvalho
3 votos
Corretíssimo, Victor.

Para ter ideia a quantas andam o descaso do Governo, inclusive o Federal, aqui no entorno do DF, há uma empresa de transporte coletivo que, segundo dizem, é de propriedade de uma poderosa família, que manda no Estado do Maranhão há décadas. Essa empresa presta um péssimo serviço, os moradores da região fazem constantes protestos, mas nada disso é capaz de mudar o status quo da sofrida população, que precisa desse transporte para vir trabalhar no DF. O Governo Federal, que através do DNIT deveria fazer algo, ignora todos os apelos do povo. Por essa razão, parece mesmo que a empresa pertence à dita família, fortíssima aliada e amiga do pessoal do ParTido no poder.

Marcos Jose Garcia de Paiva
1 voto
Tudo tem um custo que gira em torno da capacidade econômica, até a Bélgica caiu na realidade.
Portanto, mudanças meramente políticas são um círculo vicioso que acabam estourando no bolso dos usuários.

Marcus Siviero
Com todo respeito ao Liberdade Jurídica, pois que fala o que é, em tese, correto, isto é, depende de que país falamos.
Eu moro em um município onde após longos anos de acusações à "Vivo" que, de fato, deixa só a desejar vim a descobrir que a administração pública do município deve proporcionar determinadas "coisas" que os executivos da operadora dizem não poder comentar e não o fazem porque alguém ou alguns não tem a (digamos, contra partida) e assim, por anos a fio, temos o pior serviço dentre os piores do país em celular, telefonia fixa e Internet.
Portanto, em lugar do monopólio eliminado por lei, obtivemos o mais nojento empecilho sorrateiro e silencioso que se conhece e nada mudou ou, de verdade, ficou muito pior e os "coronéis" da cidade estão por cima e nada se faz.

Emerson Novaisoliveira
7 votos
Transporte como direito e sendo gerido exclusivamente pelo Estado é uma bela de uma utopia. O setor fica paralisado pela gestão ineficiente que é bem característica do setor público. Tem uma interessante discussão nos EUA sobre a eficiência do setor público versus privado feito por Randall O'Toole:
https://www.youtube.com/watch?v=QqnERD7h3Fs

Alberto Rodrigues
6 votos
Parabéns!! Alguém que usa o cérebro que não seja para alimentar ideologias falidas por aqui!

Liberdade Juridica
1 voto
Obrigado, Alberto!

Klaus Costa
5 votos
Perfeito o texto!
Como dito, "não existe almoço grátis". O problema é a má alocação de recursos públicos. Não se faz manifestações, passeatas e discursos em razão dos R$ 3,20 (atuais R$ 3,00). A questão é pagar isso para ter um ônibus ou metrô superlotado, sem assentos, com vidros "pichados", com motoristas antipáticos e que não respeitam as leis de trânsito. Lógico que as coisa parecem melhorar agora, com ampliações do metrô em São Paulo e instalação de mais corredores de ônibus, mas muito mais precisa ser feito.
Olhem para Londres ou Nova Iorque, que têm um dos mais eficientes sistemas de transporte público, mas que são pagos (e não são baratos). Lá têm uma estação a cada quarteirão (modo de dizer), com espaço, conforto e sem preconceito de que transporte público "é coisa de pobre", como acontece no Brasil. Você divide o vagão com o operário e com um CEO de Wall Street, onde todos estão com tablets ou celulares nas mãos, sem riscos de assaltos.
O Brasil, definitivamente, precisa é aprender a gerir melhor os recursos públicos, pois uma coisa é fato: dinheiro não falta...

José Barros
1 voto
brasil nunca vai aprender a gerir recursos publicos, se voce acredita nisso vai cair do cavalo, por isso que tudo deve ser privatizado o quanto antes.

Ailton Martins Vieira
De fato, precismos de bons gestores, dinheiro não falta, concordo com você, mais corruptos também não falta, é o que tem demais...

Marc Will
jose barro (isso mesmo), vc é muito ignorante, ao privatizar tudo nao se esqueça que a carga tributaria aumenta pois passam de empresa publica para empresa privada onde esta sujeita a todsa legislacoes tributarias e inclusive trabalhista que é diferente da estatutaria. vai estudar mais e para de defender ideologias sem estudo.
Privatizar é exceção NUNCA a regra. APRENDA ISSO.
o mesmo vale para o Ailton que caiu no fatalismo do destino, que pensa que so gestor privado é gestor eficiente. Sai da frente do PC e vai pra rua pesquisar mais. arrf!! paciencia pra tanta bobagem

Stefano Lopes
4 votos
Excelente texto, conseguiu pontuar bem vários lados.
A grande maioria sempre esquece que dinheiro não surge do nada.

Luis Fernando Tividini de Oliveira
3 votos
Caro Anthony,
Discordo de você no que tange que a solução da mobilidade não esteja atrelada a gratuidade do transporte público, coletivo e de qualidade. Moro em Brasília, e aqui cada obra que vise a redução dos congestionamentos (pistas novas, elevadas, passarelas, viadutos, tec...) são uma verdadeira máquina de dinheiro para futuras campanhas e co custos extraterrestres. Com certeza tem um Spread de políticos no meio das despesas. Os recursos dispensados para essas mega-obras seriam suficientes para subsidiar as tarifas dos ônibus .... Concordo contigo, no que diz respeito a precária, e por vezes, má gestão dos gastos. A solução para cidades como SP não está no melhoramento das vias, mas sim na otimização dos meios de transporte.

Jabbez Rezende
3 votos
É fato que não se pode oferecer benefícios à população, sem que haja meios de manter tais benefícios. O movimento passe livre ganhou força no Brasil inteiro e repercutiu na imprensa internacional, porém não consigo entender porque a corrupção, melhorias na saúde e educação não ganharam força na mesma proporção.

Haviam cartazes e faixas protestando não só contra o aumento das tarifas, passagem de ônibus serviu apenas como estopim para estourar a frustração do brasileiro que já não aguenta mais o descaso dos governantes.

A mídia é um grande fantoche que serve para manobras governamentais e de interesse do próprio veículo de comunicação. Não fosse assim, outras causas importantíssimas teriam surgido em meio aos gritos do gigante pela própria natureza.

Muitas escolas públicas brasileiras estão às traças. Se a verba destinada para educação fosse convertida em mensalidades em escolas particulares, ficaria mais viável economicamente para os cofres públicos. Porém não há interesse dos governantes em baratear o custo da máquina pública.

Ah sim, o passe livre! esse é só mais um dos problemas que temos em nosso lindo país. A assertiva acima não excetua e nem elimina os demais problemas existentes no nosso dia-a-dia, assim entendo que os demais problemas expostos nas manifestações fossem tratados com mais seriedade e respeito pelas mídias e pelos nossos governantes.

Ailton Martins Vieira
1 voto
Falou tudo, caro Jabbez, a mídia é sim um grande fantoche e muita vezes, ou quase sempre, em constante coluio com os governantes.

Altair das Neves Martins Valadão
1 voto
Com o dinheiro do petróleo exportado, e com mais interesse, daria pra manter o combustível interno mais em conta, forçando os preços e o custo de vida para baixo, além disso muita gente poderia levar o serviço e trabalhar em casa; agora porquê o governo não cria horários alternativos para a entrada e saída do serviço, não há a necessidade de todos trabalhadores entrarem as 8:00 horas, isso diminuiria em muito o trânsito e a lotação dos ônibus e trêns.
É preciso melhorar a situação da maneira que se encontra e não querer mudar todo um sistema totamente acomodado e de difícil solução.

Erica Costa
2 votos
Sim, eu concordo, porém não sei porque não há tal iniciativa como vemos em outros países, onde muitas pessoas trabalham em casa. Muitas pessoas possuem banda larga e impressoras para se fazer o essencial em serviços burocráticos. Mas ninguém compra essa ideia.O senhor expressou tudo o que eu sinto e tenho vontade de fazer os outros saberem.

Hugo Gihelton Coelho Vitor
1 voto
Faço de suas as minhas palavras Altair das neves.

Luciano Roberto
1 voto
Tudo que é de graça, acaba não prestando no final. Se eu não pago por um serviço, não posso reclamar. O que tem que se fazer é aumentar o ganho do trabalhador, para que ele não dependa de favores do setor público, que só serve de propaganda política para eleições. Prefiro pagar por um bom serviço do que receber de graça uma porcaria. A prova é que, quem pode, tem plano de saúde, escola particular etc, e foge do serviço público, como o diabo da cruz.

Ailton Martins Vieira
3 votos
Luciano, nada é de graça, você não paga impostos? Eu sei que tudo que dizem ser grátis, como a saúde, educação, e outros grátis que nem sei se existem, nos pagamos e não vemos, somos roubados e não enxergamos, precisamos mudar tudo neste País, começando pela política.

Leando Chagas
1 voto
Disse tudo Luciano. Tudo na vida tem seu valor por menor que seja.

Veronica Santos
1 voto
Concordo que a motivação por reclamar quando recebemos um produto e/ou serviço inadequado é maior se sabemos exatamente o quanto pesa no bolso.
"Não existe almoço grátis.". Temos essa falsa impressão que só por que é público é grátis, precisamos rever isso. Mesmo se tivermos condições de pagar por estes serviços (saúde, escola, transporte) sempre precisaremos de algum outro serviço do estado como segurança pública que será custeado pelos imposto.
Eu gostaria mesmo é de não precisar de transporte público diariamente, independente de ser pago ou gratuito. Adoraria trabalhar perto de casa e ir a pé ou de bike.

Rogerio Maestri
1 voto
Há uma determinada limitação de quem analisa o subsídio total ou parcial ao transporte público.
A análise fica restrita ao mero desempenho econômico e os custos na manutenção deste, tendo direito inclusive e velha e surrada piada "não existe sanduíche de graça", oh, oh, oh que engraçado!
Geralmente os que analisam a gratuidade esquecem de vários fatores que precisam bem mais da lógica de se gastou tanto e o déficit foi tanto.
Vejam, uma cidade em que o transporte público aumentou em 3 vezes em dez anos era na realidade uma cidade em que não existia transporte público (aumento em dez vezes o número de passageiros) e fica provado que mesmo aumentando em 10 a utilização do sistema tem-se um incremento de custo de 1/3 em relação ao benefício urbano.
Também não fica claro se o aumento de custo em 3 vezes se deveu à simplesmente a gratuidade ou à melhoria do sistema, passando de 2 linhas para 9, criando corredores de ônibus e aumentando a frequência, ou seja, me parece que com tudo isto e com um aumento de custo de somente 3 vezes realmente foi um sucesso absoluto.
O problema é que além dos benefícios diretos que traz a gratuidade da passagem seus críticos esquecem dos indiretos que talvez zere o déficit.
Há menos de dois anos foi apresentado um trabalho científico que comparou as internações por doenças respiratórias em São Paulo e os óbitos ocorridos durante uma greve do metrô daquela cidade, os dados se mostraram simplesmente assustadores, com o aumento da poluição houve um aumento do uso dos equipamentos de saúde para atender os casos de doenças pulmonares, e ao mesmo tempo houve um aumento de óbitos também significativo durante a greve do metrô.
As pessoas ignoram que a emissão de Particulados devido ao escapamento dos automóveis são causadores de câncer pulmonar, e se fica batendo contra os "fumantes passivos" sem outras considerações, ignorando que um automóvel emite centenas de vezes mais particulados que um cigarro.
Ou seja, estamos nos matando, dando prioridade ao transporte privado, e umas sumidades regozijam-se pelo "fracasso" incentivo ao transporte público. É antes de tudo uma tal ignorância técnica que faz gosto.

Kleber Rebouças
1 voto
As necessidades humanas são mutantes. É impossível um planejamento ser definitivo.

Além disso, uma vez que se retirar a livre flutuação dos preços, impede-se que os agentes realizem o "cálculo econômico" para saber que opção é a mais vantajosa.

Atitudes como a de subsidiar o transporte público termina por deixar uma conta a ser paga pelas futuras gerações. E, sem dúvida alguma, uma hora a conta chega.

Rico Dinheiro
1 voto
O maior problema gerado pelas concessões a empresas privadas de transporte na exploração do transporte público é o formato do contrato de concessão: por mais que defendamos o livre comércio e a livre concorrência, existe a sujeira por baixo, que tem nome: subsídio! O modelo atualmente defendido pela união, estados e municípios, e Parceria Público-Privado, não tem nada de parceria de fato, porque o Estado continua repassando dinheiro, e muito, para o transporte público. A diferença é que esse dinheiro não serve para investimentos no setor, serve para engordar os lucros das empresas privadas. Se a idéia é incentivar o menor preço com a melhor qualidade, então precisa existir a livre concorrência.
Também o modelo de concessão de rodovias existente no Governo de São Paulo é incorreto: apesar de não existir subsídio, existe a cobrança de taxa do Governo Estadual às concessionárias, o que, novamente, retira o investimento no transporte, repassando para o buraco sem fundo dos cofres públicos.

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