O polêmico caso do menino e o tigre
A mídia vem trazendo diversas
informações sobre o caso que vitimou um menino de 11 anos no Zoológico
de Cascavel, PR.
O menino pulou a cerca de proteção e não deu
importância para as placas de sinalização de perigo e para os pedidos
das outras pessoas para que se afastasse dali.
Surgem os questionamentos quanto a
responsabilidade pelo acidente. Quem responderia? O zoológico? O pai?
Até o momento o único que sofreu represálias pelo ocorrido foi o tigre. O
que na minha opinião é o maior erro e injustiça praticada com o animal,
que apenas agiu de acordo com seus instintos naturais.
O menino sofreu as consequências de seu
ato “na pele”! Infelizmente teve seu braço amputado, mas os médicos
adotaram esse procedimento visando garantir a vida do menor.
Sim, o menino provavelmente não tinha
real noção do risco que estava correndo e das consequências de seu ato,
mas sim, já tinha condições de compreender que estava infringindo alguma
regra, que estava avançando em local proibido e perigoso.
Mas é inquestionável que o Pai da
criança tinha essa noção, talvez apenas não acreditava que algum mal
pudesse ocorrer com seu filho, confiou na sorte. E pelo que foi
divulgado até então e, pelo depoimento prestado no Fantástico (no dia
03/08/2014), não agiu de forma a impedir o fato e de reprimir de forma
eficaz a conduta errônea de seu filho. Pelo menos essa foi a minha
opinião ao assistir, acesse o link abaixo e tire as suas conclusões.
O advogado do pai da família diz que a
responsabilidade é do zoológico, pelo serviço prestado e pelo dever de
proteção ao consumidor.
De fato há regras que devem ser observadas para
garantir a segurança dos visitantes, principalmente nos setores dos
animais mais perigosos. Mas pelo que foi apresentado nas reportagens até
aqui, não foi a ausência da observância delas que causou o acidente,
visto que o zoológico adotava as medidas cabíveis.
E lhes questiono: e o dever de zelo,
guarda e responsabilidade do pai??? Mesmo com alerta de diversas
pessoas, nada fez de forma a impedir o ocorrido. Ele afirma ter visto,
mas que por teimosia do menino ele não saiu. E o pai não deveria ter
buscado seu filho??? Retirá-lo do local que lhe oferecia risco? Se houve
responsabilidade do zoológico, é também inquestionável a
responsabilidade do pai.
Nas cenas divulgadas, o menino infringiu
duas regras básicas de todo e qualquer zoológico: “não ultrapasse a
cerca” e “não alimente os animais”. O menino oferecia para um leão ossos
de galinha que tinha no seu bolso. E por sorte, o acidente não ocorreu
nessa ocasião. Além disso, o menino agitou o tigre, ao correr de um lado
para o outro, provocando ainda mais o animal e aumentando os riscos.
Além disso, não só avançou a cerca, como colocou seu braço pra dentro da
jaula do animal, ou seja, não foi a animal que danificou a cerca e
alcançou o menino, foi o menino que invadiu o “território do tigre”.
Além dos aspectos legais, devemos nos
questionar até que ponto o ser humano é capaz de raciocinar??? Não é
possível que não sejamos capazes de observar e respeitar os alertas do
local, de agir de forma a preservar nossa própria vida. É preciso normas
e procedimentos rígidos para preservar a vida e o bem estar de um ser
que se diz racional??? Não lhes parece contraditório??
Que esse acidente faça todos nós pararmos para avaliar nosso agir, se não estamos também agindo de forma semelhante.
Aproveito também para fazer o apelo de
que não seja o TIGRE o único vilão e responsável pelo lamentável
acidente. Ele agiu de acordo com sua natureza, seu instinto.
FONTE FERNANDA PASSINI
: http://fernandapassini.wordpress.com/2014/08/05