Correio Braziliense: Negros terão 20% das vagas em concursos
Publicado por Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal em Goiás -
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Presidente
encaminhará projeto de lei ao Congresso propondo cotas a fim de
aumentar a diversidade étnica na administração federal. No entender
dela, estados, municípios, Judiciário, Legislativo e empresas privadas
deveriam fazer o mesmo
O governo reservará 20% das
vagas em concursos públicos federais para negros. A presidente da
República, Dilma Rousseff, anunciou ontem, durante abertura da III
Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, que encaminhará ao
Congresso Nacional um projeto de lei que cria as cotas para
afrodescendentes nos quadros do funcionalismo, além de uma mensagem de
urgência que trancará a pauta da Câmara dos Deputados.
Em
discurso, Dilma avaliou que a iniciativa tem imenso potencial
transformador e pediu um amplo debate. Ela também cobrou celeridade dos
parlamentares. “O projeto da lei das cotas no serviço público institui
um percentual mínimo. E é mais um exemplo para os outros entes da
federação, estados e municípios, e também dos demais poderes,
Legislativo e Judiciário”, ressaltou a presidente.
Ela comentou
que o projeto deve estimular um processo de reformulação nos quadros do
governo e no setor privado. “Nós queremos, com essa medida, iniciar a
mudança na composição racial da administração pública federal,
tornando-a representativa da composição brasileira. Esperamos também
incentivar medidas similares a empresas”, completou.
Para Mamede
Said Maia Filho, professor de direito administrativo da Universidade de
Brasília (UnB), a criação de cotas para negros como política temporária
para superar desigualdades é interessante. Mas ele destacou que o
processo precisa ser avaliado e monitorado pelo governo para que seja
encerrado na medida em que os abismos forem superados.
Um dos
fundadores da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos
(Anpac) e presidente do Grupo Vestcon, Ernani Pimentel, avaliou a
decisão de Dilma como “jogada eleitoral”. Ele disse não haver nenhuma
racionalidade nessa medida, uma vez que a segregação no país se dá pela
falta de condições financeiras. “Quem não tem dinheiro deixa de se
preparar bem para poder competir porque a educação no Brasil é mais
cara. Não é o negro que tem que ser beneficiado. Há muitos
afrodescentens ricos. Os pobres, sim, precisam ser favorecidos”,
detalhou. Pimentel sugeriu que o governo crie bolsas de estudo para que
parte da população possa ter acesso a ensino de qualidade na hora de se
preparar os concursos.(DESTACAMOS)
Somente entre agosto e outubro de 2013, o
Ministério do Planejamento confirmou concursos para seis instituições
públicas, que reúnem 2,8 mil vagas e devem acontecer até junho. A
estimativa da pasta é de que mais de 47 mil pessoas ingressem no
Executivo no próximo ano. O Projeto da Lei Orçamentária Anual (Ploa) de
2014 prevê que, desse número, 42.353 são cargos vagos e novos, e 4.759,
para substituição de terceirizados.
FONTE: JUSBRASIL
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