Indenização recorde por amianto: R$ 1 milhão
O
Tribunal Superior do trabalho (TST) condenou ontem a Eternit a
indenizar em R$ 1 milhão por danos morais a família de Yura Zoudine,
ex-engenheiro de produção da fábrica de empresa em Osasco, São Paulo.
Ele morreu em 2005 por mesotelioma na pleura, câncer relacionado à
exposição ao amianto, fibra comprovadamente cancerígena. É a maior
indenização por danos morais já determinada pela última instância da
Justiça do Trabalho num caso de contaminação por amianto.
Cabe
recurso à decisão, mas com poucas chances, segundo o advogado da
família, Gustavo Ramos, do escritório Aline & Roberto Advogados.
Para ele, recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) seria apenas
protelatório:
- O Supremo não aprecia valores de indenização.
Não há dispositivo constitucional sobre o assunto. Seria um recurso
exclusivamente para adiar o pagamento da indenização.
A fabricante de telhas e caixas d'água de amianto também foi condenada a pagar R$ 20 mil por danos materiais.
Segundo
Ramos, é a primeira vez que o TST aumenta indenização arbitrada por uma
instância inferior. A indenização fizada antes era de R$600 MIL.
O engenheiro trabalho de 1964 a 1967 na fábrica, na chefia do controle de qualidade. A sala dele ficava dentro da produção.
- O tempo de latência nessa exposição é muito grande. Ele trabalhou lá
nos 1960 e a doença só apareceu em 2005. Ele foi diagnosticado em maio e
morreu em dezembro. Foi muito rápido - disse Ramos.
Ação pelo banimento no STF
A
indenização vai ser destinada à viúva e aos quatro filhos de Zoudine.
Segundo o voto do ministro relator Augusto César de Carvalho, a doença
do ex-funcionário não ocorreu por um risco pontual. Ele classifica como
"morte e expiação de trabalhador envolvido em atividade econômica
dirigida à exploração de fibra mineral cuja inalação é, hoje,
reconhecidamente letal". Para o ministro do TST, em vez de se
estabelecer o príncípio da precaução, da cautela, "converte-se o homem
trabalhador em cobaia com morte precoce e anunciada".
Tramita no
Supremo Tribunal Federal (STF) ação direta de inconstitucionalidade que
pede o banimento do amianto no país, proposta em 2004. Chegou a ira a
julgamento em 2012, mas não houve decisão. Como o relator do caso,
ministro Ayres Britto, aposentou-se, o processo foi entregue a Rosa
Weber que vai analisar a questão dez anos após a ação ter sido proposta.
A Eternit informou que ainda não foi oficialmente intinada a decisão, por isso não poderia se manifestar.
Fonte: O Globo
Divulgado no site da ANAMT: http://www.anamt.org.br/site/noticias_detalhes.aspx?notid=2537
Fonte: Jus Brasil
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