Processo eletrônico
PJe: implementação não excluirá sistemas já existentes.
Dos 27 Tribunais de Justiça estaduais, 22 já utilizam um sistema processual eletrônico próprio.
segunda-feira, 12 de maio de 2014
É intensa a movimentação nos Tribunais do país desde que, em dezembro do ano passado, o CNJ editou a resolução 185,
instituindo o PJe como sistema processual eletrônico obrigatório para
todo o Judiciário brasileiro, a ser implementado no prazo máximo de
cinco anos.
Dos 27 Tribunais de
Justiça estaduais, 22 já utilizavam um sistema processual eletrônico
próprio e tiveram que iniciar uma mobilização para cumprir os prazos
previstos pela resolução que instituiu o PJe.
De acordo com
levantamento realizado por Migalhas, a maioria das Cortes que já possuía
seu próprio sistema efetuará a transição para o PJe de forma paralela,
mantendo o sistema que já utiliza, o qual só deixará de ser usado quando
o PJe estiver efetivamente instalado e funcionado em todo o Judiciário
Estadual.
TJ | Sistemas utilizados |
AC | eSAJ |
AL | eSAJ/Projudi |
AM | eSAJ/Projudi |
AP | Tucujuris |
BA | PJe/eSAJ/Projudi |
CE | eSAJ |
DF | Sistema próprio de consulta e divulgação de resultados dos processos judiciais. |
ES | eJUD/e-Process/Projudi |
GO | PJe/Projudi |
MA | PJe/Projudi |
MG | PJe/Projudi/Jippe |
MS | eSAJ |
MT | PJe |
PA | Projudi/SigaDoc |
PB | PJe/eJUS |
PE | PJe |
PI | Projudi |
PR | Projudi |
RJ | EJUD/DPC |
RN | PJe/Projudi |
RO | PJe/Projudi |
RR | PJe |
RS | eThemis |
SC | SAJ |
SE | PJe |
SP | eSAJ |
TO | E-Proc/Projudi |
Fonte: Migalhas
|
SP
Em SP, onde todo o
segundo grau já esta dotado do processo eletrônico (eSAJ) e 42% das
unidades judicias do interior já utilizam o sistema, a presidência do TJ
ingressou, no início de abril, com um pedido no CNJ para que pudesse
ter flexibilidade no cumprimento da resolução 185, ou postergado o
cronograma.
Também em abril, a OAB/SP
e AASP ingressam com um MS coletivo no STF contra a resolução do
Conselho. A Ordem e a Associação alegam que como recentemente o
Judiciário passou por transformações e adaptações para a implantação do
eSAJ, e que não seria razoável que houvesse nova mudança no sistema
judicial eletrônico.
“Os advogados terão de se adaptar a um novo sistema para praticar novos atos processuais, o que vai exigir de toda a classe dispender novos investimentos, adquirir novos conhecimentos e realizar novos treinamentos, quando o próprio CNJ, um ano atrás, ratificou o sistema implantado pelo TJ/SP.”
O MS das entidades não é o
único que questiona a norma no Supremo. A Federação das Empresas de
Informática também pede que seja suspensa a resolução no que diz
respeito à obrigatoriedade de adoção do sistema pelos tribunais e órgãos
judiciários.
De acordo com a
federação, a norma, ao vedar a criação, a contratação e a instalação de
novas soluções de informática para o processo judicial eletrônico,
"viola gravemente o princípio da livre iniciativa, coibindo a exitosa
participação do setor privado em segmento no qual a demanda é variada". A
federação alega prejuízo às empresas de serviços técnicos de
informática que, segundo ela, desenvolvem soluções de processo
eletrônico para uma série de TJs e da JF. Citando como exemplo duas
empresas, afirma que elas atuam em TJs de 11 Estados, onde seus sistemas
informatizaram mais de 60% dos processos da Justiça comum no Brasil.
RS
O TJ/RS utiliza o sistema
e-Themis desde 2010. Primeiramente, ele foi implementado no TJ nos
recursos de agravo de instrumento, depois ampliado para os juizados
especiais. Hoje, está funcionando em todos os Juizados Especiais do
Estado e também nas turmas recursais. Em 2ª instância, funciona nas
ações originárias do tribunal e agravos de instrumentos. De acordo com a
Corte, mais de 10 mil processos já tramitam sem ouso do papel.
O Tribunal já institui o
comitê gestor para cuidar da implementação do PJe no Estado (Ato
20/14-P). O desembargador Ricardo Torres explica que, com o advento da
resolução do CNJ, foi estabelecido no âmbito do Tribunal um cronograma
paralelo, sem que a Corte abra mão do sistema próprio.
“Nos preocupa, neste momento, o fato de ter que abrir mão de um sistema que já está tão avançado, como é o nosso, para começar a implementação de um novo.”
Segundo o magistrado, a
instalação do PJe começa este ano em 70 comarcas no interior do Estado,
inicialmente restrita aos processos de execução fiscal.
GO
Em GO, o TJ utiliza desde
2007 o Projudi. Na Corte, inicialmente, o PJe será instalado nos
Juizados Cíveis e Turmas Julgadoras em aproximadamente 15 comarcas do
interior do Estado. A primeira a receber o PJe será Corumbá de Goiás, no
dia 15/7. Segundo o Antônio Pires, diretor de informática do TJ/GO, o
Projudi não será substituído pelo PJe; um será concomitante ao outro.
RJ
O TJ/RJ utiliza
atualmente dois sistemas para o processo eletrônico. O eJUD,
desenvolvido pela empresa MPS Informática, que é utilizado pelo Conselho
da Magistratura, pela 2ª instância e Turma Recursal; e o DCP
eletrônico, desenvolvido pelo próprio departamento de informática da
Corte.
O Tribunal estabeleceu
que a primeira serventia a ser migrada para o PJe será a VEP. A migração
se dará em parceria com o CNJ em razão da necessidade de desenvolver a
integração com todos os demais órgãos vinculados à execução penal
(Polícia Civil, Secretarias de Administração Penitenciária, Polícia
Federal,etc).
PE
Em PE, um dos Estados
pioneiros na instalação do PJe, a implementação do sistema foi iniciada
no âmbito do Judiciário estadual pelos Juizados Especiais em 2010 e
agora começa a cumprir um cronograma para que até em 2017 todas as
unidades judicias do Estado recebam o PJe.
A partir de 2/6, a
implementação do sistema começará nas 34 varas Cíveis da capital. De
acordo com o juiz Fábio Eugênio Dantas de Oliveira Lima, coordenador do
Comitê Gestor do PJe na Corte pernambucana, a equipe do TJ trabalha
forte para cumprimento da resolução.
"Há uma grande disposição da Corte na colaboração para que o processo seja unificado. O presidente do Tribunal, desembargador Frederico Ricardo de Almeida Neves, é defensor da ideia de que um único sistema processual vigore."
DF
O início da implementação
do PJe no TJ/DF se dará nos Juizados Especiais Cíveis. A Corte não
utiliza um sistema processual eletrônico próprio, mas faz uso de
ferramentas de consulta e divulgação de resultados dos processos
judiciais.
No TJ/DF já existe um
Comitê Gestor de Informática, que será ampliado a um Comitê Gestor
específico, de acordo com a resolução 185 do CNJ. A intenção da atual
gestão é que o Setor ampliado funcione como uma secretaria
extraordinária, que cuide da implantação do processo eletrônico,
reestruturando assim o Comitê Gestor já existente, com novos membros:
magistrados, servidores,um advogado e um membro do MP.
fonte: Migalhas 3364
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